No próximo dia 28, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha receberá o Leão de outro da Bienal de Veneza pelo conjunto da sua extensa obra. Há anos figurando no mainstream da arquitetura mundial, o arquiteto vencedor do Pritzker de 2006 (prêmio maior da arquitetura mundial) é pouco, ou melhor, pouquíssimo conhecido entre seus compatriotas. Não se trata de uma falta de interesse dos brasileiros pela arquitetura ou pelos seus expoentes, mas sim da predileção dos difusores de conteúdo jornalístico e cultural do país por uma programação que se sacia na existência de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, deixando fora do conhecimento popular os Paulos, Linas, Reidys, Artigas, Éolos e tantos outros.
Sobre Paulo Mendes da Rocha a comissão julgadora da Bienal conclui:
“O atributo mais marcante de sua arquitetura é sua atemporalidade. Muitas décadas depois de ter sido construído, cada um de seus projetos têm resistido ao teste do tempo, tanto estilisticamente e fisicamente. Essa consistência surpreendente pode ser a consequência de sua integridade ideológica e seu gênio estrutural. Ele é um desafiante não-conformista e, simultaneamente, um realista apaixonado. Suas áreas de interesse são além arquitetura, em reinos políticos, sociais, geográficos, históricos e técnicos. O modelo de papel que desempenhou para muitas gerações de arquitetos no Brasil, América Latina e em todos os lugares é a de uma pessoa capaz de unir esforços compartilhados e coletivos, bem como alguém capaz de atrair outros para a causa de um melhor ambiente construído. "
Precisamos falar sobre Paulo e muitos outros.